domingo, 31 de outubro de 2010


Protesto! (para quem tiver paciência para ler..)

Porque é mais fácil julgar os outros antes mesmo de conhecê-los?
(Creio que as pessoas pensam que conversar e saber o que realmente elas pensam sobre as coisas .. é uma perda de tempo. Muitas pessoas, alvo de julgamento, já acostumadas com isso acabam se fechando.... ooutras já cansadas... já não se importam mais com o que pensam ou deixam de pensar delas... e assim a vida corre..)
É fácil pensar que uma aparência possa "preencher" uma mulher .. porque é mais fácil julgar assim.
Cansei disso a muito tempo.
Não quero que me vejam mais assim... do jeito que fui feita.
Creio que seja possível, ao longo da vida, com nossas ações mostrar um pouco da nossa essência...
Esses dias, fui indagada."Você já conhece sua identidade profunda?"Eu respondi que ,na minha opinião, nossa identidade é construída cotidianamente.Passamos por transformações que alteram nossa identidade, voluntariamente, para melhor nos adaptarmos, e involuntariamente, mecanismo de defesa do cérebro.Por isso, "o que somos" é um estado dinâmico e não estático.
Ai me retrucaram: - mas nossa personalidade não muda... em 1° lugar eu realmente acredito naquela frase clichê: Para toda regra sempre existe uma exceção.É uma questão de sobrevivência aprender a moldar-se ao meio e uma qualidade ser flexível.Você pode pensar ..então que nem tudo deve moldar-se ... mas aí entra a parte das mudanças involuntárias que só tomamos ciência quando nos deparamos com uma situação limite.
Andei refletindo sobre exatamente isso.Como eu me vejo;Como as pessoas pensam que eu sou e o que eu ainda não descobri que sou...
Aí cheguei a uma primeira conclusão: as pessoas não querem saber o que sou.Fazem uma imagem de mim e vivem com isso.E eu nisso tudo?Me tornei aquela pessoa que não vou mudar por quem não me interessa mudar... masss... Não me deixo tão acessível...
Mas procuro mostrar um pouco do que sou em instantes do meu dia-a-dia.Quando escrevo, não sendo em provas,quando falo e quando danço...
Você pode estar pensando, tá pra que pensar no que as pessoas pensam de nós...
E te digo que contribui para olharmos para dentro e ver o que há lá dentro...(até rimou)Só assim, saber se defender dos julgamentos e ,além do mais, treinar disciplinadamente o dom de não julgar ...

Não quero mais ....

Não tenho consciência de tudo que sou e o que posso vir a ser um dia... mas sei que sou um pouco mais do que costumam pensar de mim.


7 comentários:

  1. Há! Viu? E tu ainda diz que não curte falar merda. Merda, pra quem não sabe, quando colocada desta maneira, significa falar sobre coisas que todos deveriam pensar mas não pensam, como a máxima "quem somos nós" ou "por que as pessoas colocam frases no msn". E tadáá, a Rayssa falando merda também.

    Mas isso é interessante, só que o problema já começa aqui: "Porque é mais fácil julgar os outros antes mesmo de conhecê-los?" Não somente antes de conhecê-los, mas depois também, o ato de julgar por si só, mesmo que conheças a pessoa há mais de 20 anos, é complicado. Julgar a si mesmo é complicado. E é um ato que, se praticado frequentemente, torna as pessoas insuportáveis para... Mim, na verdade, e mais alguns por aí. Mas julgar pela aparência, pô.. Meu humanismo me impede de xingar essas pessoas que julgam pela aparência, porque na verdade elas são apenas vítimas desse sistema que hierarquiza os homens pelo dinheiro e a mulher pela aparência, e isso não é um pensamento machista, é um pensamento realista sobre uma sociedade machista.

    Quanto à mudança de personalidade, identidade... Não sei, acho que não é uma questão de extremos, penso que mudamos, sim, e muito, muito mesmo, mas existem certas coisas que não mudam, ou dificilmente mudam, que seriam fatores biológicos, genéticos, psicológicos e/ou espirituais.

    Quanto a se importar ou não com julgamentos alheios, penso que também não se trate de uma questão de extremos. Devemos sim nos importar com o que os outros pensam de nós, mas não quaisquer outros, devemos nos importar somente com aqueles cujas opiniões realmente importem. Não se importar com nada é nada mais que uma apatia egocêntrica, e, na verdade, ninguém consegue não se importar, pois somos seres inexoravelmente sociais. Mas podemos escolher quais são as nossas relações sociais que realmente importam.

    Pra terminar, esse teu post me lembrou de uma parte de um diálogo do filme francês "La belle verte", de 1996. Mila é uma extraterrestre meio hippie que veio visitar a Terra e tem dificuldades em compreender certas besteiras do nosso cotidiano, como o uso do batom.

    Mila - E isto, o que é?
    Macha - Batom.
    Mila - E para que serve?
    Macha - Para colocar nos lábios, assim.
    Macha - ...
    Mila - Nos lábios, é um remédio?
    Macha - Não, é pra ficar bonita.
    Mila - Não diga.
    Macha - Para ficar sexy.
    Mila - Sexy?
    Macha - Para agradar.
    Mila - A quem?
    Macha - A todo mundo.
    Mila - Deve ser difícil.
    Macha - Para ser amada.
    Mila - Certo, é um tipo de remédio para que todos a amem?
    Macha - Não, não exatamente.
    Mila - Se não o colocar, ninguém a amará?
    Macha - Sim, mas... É complicado.

    Pois é... Enfim, mil desculpas pelo gigante comentário monólogo, mas.. Enfim. xP

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  2. Meu deus... Aposto que é o maior comentário que tu já leu. E o maior que eu já escrevi também. :O

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Sobre algum olhar: "Disperso estou, de imagens eu venho, de repente uma voz me intriga, bela, serena, suave, de uma menina, para perto ela vem, vem e vem, agora a vejo, nossa, como és linda, mais uma menina linda, vazia e linda, boba e linda, imagem linda. Droga não consigo parar de olhar, imagens lindas sempre me fazem abobar, pena não me fazerem encantar, a porta se abre, droga, vamos descer juntos, droga pare de olhar, droga isso até parece um encantar, como pode encantar, imagens lindas vazias não encantam, agora, nem tão vazia, talvez nada vazia, que jeito estranho, o que é isso?, quero olhar, quero falar, sim eu quero falar, mas o que?, mas por que?, algo tem, sim agora já sei, fodam-se os porques, o que eu quero é te conhecer... Oi, posso saber teu nome?, sim, Rayssa..."

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  5. Agora.. Não te parece meio hipócrita um texto desses num blog que começa com uma foto gigante da autora?

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  6. Aos teus olhos e outros muitos que não importam, sim! Porem, para os que puderem entender, não!

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  7. ...Quanta inteligência e lucidez...nestes comentários!!!!!!!!!!!!!!!

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